A escoliose é definida como uma alteração morfológica tridimensional da coluna vertebral. Comumente NÃO provoca dores durante o seu aparecimento, mas se a sua evolução não for travada pode trazer repercussões músculo-esqueléticas, como dores, e também para o sistema respiratório, cardíaco e circulatório e digestivo.
A grande parte das escolioses estão diagnosticadas sem que haja uma causa conhecida para a mesma. A componente hereditária deve ser tida em conta.
É uma patologia imprevisível na sua progressão, que deve ser acompanhada de perto, para evitar a sua progressão desde cedo, para a correção da deformidade e dos fatores inerentes a esta.
A nível mundial, afeta cerca de 2 a 3% dos adolescentes e é mais frequente em jovens do sexo feminino. Nos dois anos que antecedem o início da puberdade, há um pico de crescimento acentuado, que nas raparigas pode ser mais notório aos 13 anos e nos rapazes aos 15 anos. No entanto, a escoliose também pode surgir em crianças entre os 3 anos e a adolescência.
A Escoliose provoca dores ou outro tipo de sintomatologia?!
Por si só, a escoliose numa primeira fase não provoca dores, e em geral se a deformidade for pequena e com progressão lenta, o corpo consegue adaptar-se. Contudo, quanto maior for o grau de deformidade, maior é a probabilidade de surgirem sintomas, uma vez que as estruturas musculares, articulares e ligamentares estão numa posição não favorável para exercer a sua função e, por isso, mais susceptíveis a lesão e ao aparecimento de dor.
Em casos mais severos, principalmente com uma deformidade da caixa torácica acentuada, o sistema respiratório e cardíaco podem ficar comprometidos, limitando a capacidade pulmonar e cardíaca. Por outro lado, as alterações pélvicas inerentes a uma escoliose, podem trazer consequências não só na parte digestiva (ex: azia, digestões lentas, obstipação), mas também no aparelho reprodutor, sobretudo nas mulheres, levando a casos de disfunção sexual, infertilidade ou dificuldade em engravidar e problemas durante o parto.
Cada caso é único, cada escoliose é única, e o compromisso e desafio da FISIOVIDA é oferecer um serviço personalizado e diferenciador a cada pessoa que nos procura. Não tratamos patologias, tratamos pessoas!
Porquê a FISIOVIDA?
A FISIOVIDA é constituída por Fisioterapeutas com uma abordagem avançada, especialistas em Reeducação Postural Global (R.P.G.). Este é um método mundialmente difundido e utilizado no tratamento de pessoas com escoliose e alterações posturais. Embora seja redutor descrevê-la assim, a RPG trabalha sobretudo sobre os músculos estáticos responsáveis pela manutenção da postura, associando o trabalho de correção vertebral e dos outros segmentos, progredindo para o maior equilíbrio corporal possível e livre de dor.
Sendo um método que prima pela INDIVIDUALIDADE e GLOBALIDADE, cada tratamento é único.
Embora envolva o trabalho do Fisioterapeuta, a RPG é uma intervenção ATIVA, e adequada ao nível de exigência de cada pessoa, para que os resultados sejam integrados o melhor possível e se mantenham ao longo do tempo.
Segundo a visão de RPG e o modelo que a FISIOVIDA segue, a escoliose idiopática é fundamentalmente QUADRI-DIMENSIONAL, o que permite ampliar os resultados obtidos através desta intervenção. Além da inclinação e rotação vertebral, a escoliose associa-se à retificação vertebral. Estes elementos conduzem, em conjunto, a um achatamento que contribui para a manutenção da escoliose ao longo do tempo.
Quais os fatores que nos ajudam a determinar o risco da evolução da escoliose, e são por isso importantes para ter uma ideia sobre o PROGNÓSTICO?
- A Idade do(a) utente;
- A angulação da(s) curvatura(s) (segundo o Ângulo de Cobb);
- O pico de crescimento;
- A Precocidade, a velocidade e a duração do pico de crescimento;
- A laxidez ligamentar;
- O grau de Risser (fator que indica a maturidade óssea da criança/adolescente);
- (Des)equilíbrio no plano frontal;
- O grau de rotação vertebral;
- Causas derivadas dos membros inferiores;
- Outras deformidades vertebrais;
- Patologias neurológicas congénitas e/ou degenerativas;
Vários fatores em simultâneo.
Dores ou outros sintomas?
Quando existem dores ou outra sintomatologia associada à patologia escoliótica, essa deve ser uma das nossas prioridades. Quando existe sintomatologia, o nosso corpo vai tentar de forma inconsciente encontrar uma forma de o eliminar, podendo dificultar o processo de correção da escoliose.
Todas estas condições são importantes durante a avaliação de forma a procurar prevenir a evolução da escoliose, nomeadamente em crianças/ adolescentes em fase de crescimento. Questões sobre a gravidez, o parto e toda a infância são também importantes, uma vez que a origem do problema pode vir daí.
Para uma intervenção completa há ainda outros fatores a ter em conta, nomeadamente a influencia dos captores posturais, ou seja os olhos, o ouvido interno, o sistema estomatognático (mandíbula, maxilar, articulação temporo-mandibular) e pés (importantes para a modelação da nossa postura), a mobilidade da coluna vertebral e dos outros segmentos corporais, padrões de movimento alterados, entre outros.
É importante destacar que o tratamento não se cinge apenas à RPG. Se assim for necessário, facilmente associamos outras técnicas de Fisioterapia Avançada e técnicas de Osteopatia, sempre que a avaliação e a evolução o justificar.
Qual a importância do Exercício na intervenção em Escolioses?
Relembramos que o exercício tem um papel determinante para a correção dos padrões de movimento alterados, e para permitir que o corpo mantenha a correção de forma definitiva ao longo do tempo. O tratamento da escoliose é, sobretudo, ATIVO e a pessoa tem de compreender que está nas suas mãos grande parte do sucesso que a FISIOVIDA pode propiciar com as ferramentas que dispõe.
Pensando na pessoa como um todo, e tendo em conta a visão integral da FISIOVIDA, a avaliação visceral concedida pela abordagem de Osteopatia, a alimentação e a componente emocional podem desempenhar um papel preponderante na compreensão da etiologia e progressão da patologia.
A avaliação e intervenção em Nutrição Funcional pode também ser pertinente, muito mais para além da perda ou ganho de peso. Importa perceber se existem distúrbios digestivos, alimentares e até hormonais, que beneficiem de um programa de reeducação alimentar, de forma a melhorar esses aspetos que podem estar na origem ou potenciar o aparecimento e/ou desenvolvimento da escoliose.
Os Meios complementares de Diagnóstico são úteis?
Em termos de Exames Complementares de Diagnóstico, o raio-x extralongo antero-posterior e de perfil permite-nos recolher informações importantes sobre a escoliose, e serve, também, para comparar a evolução do caso em questão. Na FISIOVIDA, a fotografia é utilizada, também, como registo para acompanhar a progressão do caso.
Cada vez nos surgem mais casos de pais preocupados com crianças cada vez mais jovens diagnosticadas com escoliose, ainda que em grau baixo de deformidade. Nestes casos, o objetivo primordial é impedir o agravamento e, se possível, realizar a melhor correção.
A ausência de resultados pode e deve ser tida em conta como um tratamento preventivo anti-agravamento, até que o processo de crescimento esteja concluído.
Utilização do Colete:
Geralmente mais utilizado durante o processo de crescimento e adolescência, é um meio utilizado para tentar impedir a evolução da deformidade. A literatura aponta a sua utilização acima dos 30 graus, contudo a sua utilização deve ser ponderada, não apenas mediante a medição do ângulo de Cobb, mas tendo em conta os fatores anteriormente mencionados.
O diálogo entre o Médico, Fisioterapeuta e o Técnico que fabrica o colete deve ser constante, para que o colete seja o mais adequado para o caso, e sobretudo para que se realizem ajustes periódicos mediante a evolução do(a) utente.
Cirurgia para Escoliose:
A cirurgia não é a única solução! Fora algumas exceções, a literatura aponta que a cirurgia deve ser apresentada aquando um ângulo de Cobb acima de 50 graus. Uma cirurgia deixa marcas irreversíveis no corpo e, uma cirurgia para uma escoliose, embora por vezes inevitável, deve ser ponderada, dada a agressividade da mesma e às repercussões que trará no futuro.
Na FISIOVIDA a nossa missão é tentar impedir o recurso à cirurgia, dentro das nossas possibilidades, e da forma mais funcional possível. Mesmo em casos acima de 50 graus, a nossa abordagem tem tido resultados interessantes como pode ver aqui.
Intervenção pré e pós cirurgia:
Na eventualidade da cirurgia ser a intervenção adequada para o tratamento da escoliose, a intervenção em Fisioterapia tem inúmeras vantagens, nomeadamente tentar entender a causa da escoliose, e se possível corrigi-la.
Afinal, se a origem do problema perdurar, mesmo corrigindo a escoliose, que é apenas consequência, provavelmente no futuro o corpo desenvolverá outros problemas estruturais.
Primeiramente, a preparação do corpo para as grandes alterações da cirurgia, passa por quanto melhor condicionado estiver o corpo, melhor será o processo de recuperação pós-cirúrgico. Além disso, toda a educação sobre os cuidados a ter é fundamental para incrementar a responsabilidade e, ao mesmo tempo, um estado positivo face à cirurgia.
Na intervenção pós-cirúrgica, além das técnicas para ajudar a reduzir as possíveis dores, é essencial a educação sobre as modificações a que o corpo foi sujeito e saber identificar as sensações normais e possíveis sinais de alerta. Além disso, o retorno progressivo à atividade, o mais precoce possível, é benéfico para uma recuperação mais rápida e com melhores resultados. Aqui o exercício desempenha um papel preponderante, desde que executado de forma progressiva e segura, podendo contar com os Fisioterapeutas do serviço de Exercício Clínico e Otimização da Saúde para o ajudar.
“Sou adulto, tenho escoliose – o meu problema tem cura?”
Apesar da maior incidência da escoliose ser na adolescência, o tratamento em Fisioterapia Avançada pode ser realizado em qualquer idade, definindo os objetivos de intervenção individualmente com cada utente. A intervenção nas escolioses na população adulta e idosa passa por identificar primariamente a etiologia da sintomatologia pela qual nos procuram. Maioritariamente, a sintomatologia não esta associada à deformidade, o que é importante desmistificar.
A correção da escoliose pode ser possível em alguns casos, mas importa salientar a necessidade de encontrar o equilíbrio da mesma, melhorar a mobilidade e controlo motor dos músculos posturais.
Considerando estes fatores, a escoliose, apesar da deformidade, não tem de ser um problema em idades mais avançadas.
O melhor tratamento é a prevenção!
Esteja atento ao(s) seu(s) filho(s)/aluno(s).
Aconselhe-o quanto à forma de estar sentado, à forma de utilizar o telemóvel, tablet e computador, no transporte da mochila para a escola.
Esteja atento a possíveis desequilíbrios corporais, como altura dos ombros ou desvios da pélvis. Pratique exercício físico. Faça os seus filhos praticarem desporto. Alimente-se bem.
Conte com a FISIOVIDA para esclarecer as suas dúvidas.
Conte com a FISIOVIDA para o(a) AJUDAR!
Autores do artigo:
- Dra. Alice Vitorino – Fisioterapeuta especialista em RPG;
- Dr. João Baptista – Fisioterapeuta especialista em RPG;
- Dr. Samuel Ferreira – Fisioterapeuta especialista em RPG;
Bibliografia: - Souchard, P. (2012). Reeducação Postural Global – O Método. Elsevier;
- Souchard, P., & Martínez, R. F. (2016). Deformações morfológicas da coluna vertebral – Tratamento fisioterápico em Reeducação Postural Global. Elsivier;
- Souchard, P., Ollier, M. (2010). As Escolioses – Seu tratamento Fisioterapêutico e Ortopédico. Editora É Realizações;
Fisioterapeuta e Osteopata. Especialista em Reeducação Postural Global. Diretor Clínico da FISIOVIDA.
O fascínio pela fisioterapia e pelo empreendedorismo fazem com que a soma de ambas seja a fórmula perfeita encontrada pelo Samuel para, através da FISIOVIDA, ir ao encontro da sua maior paixão: transformar a vida das pessoas! Tem um enorme gosto pelo desporto sendo a prática de exercício uma atividade regular durante a semana, quer individualmente quer com os seus 4 filhos. Gosta muito de ouvir música e tocar o seu violino juntamente com a sua orquestra familiar. Viajar, de preferência em família e para destinos que possibilitem apreciar a natureza, é algo que procura fazer com frequência.