A Hérnia Discal é, atualmente, um dos problemas que mais afeta a qualidade de vida das pessoas, mas para a qual já existem alternativas de tratamento conservador muito válidas.
Antes de percebermos o que fazer para tratar, vamos perceber as razões pelas quais a hérnia discal se forma.
A coluna vertebral apresenta diversos elementos como os ossos, ligamentos (entre eles, o anel fibroso do disco intervertebral), músculos, medula espinal, nervos e articulações, que formam um conjunto fisiológico indivisível, que serve de suporte e permitem ao mesmo tempo movimento. A coluna cervical é o segmento mais móvel de toda a coluna e para isso sacrifica a sua robustez e estabilidade. O peso da cabeça é significativo e tem tendência a ir para a frente submetendo desta forma os músculos posteriores da coluna a uma tensão permanente.
A evolução da sociedade de forma altamente mecanizada leva as pessoas a assumirem posturas inadequadas no dia-a-dia e no trabalho, sem movimento ou com movimentos repetitivos. A função articular altera-se com a restrição de movimentos e altera a qualidade dos músculos que cruzam a articulação, resultando em alterações da posição e aumento de tensões numa determinada zona do corpo. Estes fatores mantidos no tempo podem evoluir para disfunções mais graves como a hérnia discal.
Quais as causas de uma hérnia cervical?
O movimento que mais provoca a rutura do disco é a flexão associada à rotação, muitas vezes associado a posturas no trabalho que, executados de maneira repetitiva, desencadeiam um desgaste e desidratação do núcleo do disco.
Existem também fatores biomecânicos locais que determinam os níveis mais suscetíveis à ocorrência de uma hérnia cervical como os discos C5-C6 e C6-C7. Estas zonas apresentam elevada mobilidade e relativa falta de estabilidade se comparado a outros segmentos.
A idade é um fator de risco para desenvolver uma hérnia?
Num individuo jovem o disco apresenta 88% de água, num adulto cai para 65%.
À medida que o núcleo vai desidratando, maior pressão é transmitido às fibras que protegem o núcleo – o anel fibroso – tornando-se mais frágeis e com risco de rutura. Assim, as propriedades hidráulicas de amortecedor diminuem e os processos degenerativos do disco ocorrem. A fase mais critica será geralmente entre os 30 e 50 anos. Após esta fase, pela maior perda de água do disco, o núcleo não irá mais exercer pressão sobre o anel fibroso, logo, diminui o risco de ocorrer hérnia.
Quais os sinais e sintomas da hérnia cervical?
Os sinais e sintomas vão variar de acordo com a etiologia da hérnia.
Episódio agudo e traumático: provocam dor repentina e grave.
Episódios crónicos: sintomas mais graduais e frequentemente episódicos.
Ambos podem estar acompanhados ou não de comprometimento neurológico.
Como tratar a hérnia cervical?
Com uma avaliação e intervenção especializada dentro da Terapia Manual e Exercício podemos ajudá-lo(a) a recuperar da sua dor e devolver-lhe a sua função e qualidade de vida.
O tratamento deve iniciar o mais cedo possível mesmo sem ainda ter sintomas para, de forma preventiva, impedir a evolução do problema. No caso de presença de dor será importante intervir desde logo para se restabelecer o equilíbrio da região cervical e assim impedir que a situação se agrave e que se instalem compensações exageradas e disfuncionais em defesa da dor.
A Reeducação Postural Global, as Técnicas Manuais, a Osteopatia e o Pilates Clínico são técnicas atuais que permitem um alivio imediato dos seus sintomas, diminuindo a inflamação local e devolvendo a mobilidade e o controlo motor da região cervical. São métodos seguros, realizados sempre de forma individualizada e com resultados duradouros. Para além dos tratamentos realizados em clínica, o profissional de saúde da equipa FISIOVIDA irá ensiná-lo a prevenir as más posturas e maus hábitos em casa e no trabalho que poderão prejudicar a sua situação.
A cirurgia deve ser sempre colocada como última opção de tratamento. A indicação cirúrgica é apenas aconselhado em caso de hérnias volumosas, com compressão das estruturas nervosas, e quando o tratamento conservador se apresenta ineficaz. Todas as outras situações devem ser abordadas de forma conservadora.
Autor do artigo: Dr. João Baptista – fisioterapeuta FISIOVIDA
Fisioterapeuta e Osteopata. Especialista em Reeducação Postural Global. Diretor Clínico da FISIOVIDA.
O fascínio pela fisioterapia e pelo empreendedorismo fazem com que a soma de ambas seja a fórmula perfeita encontrada pelo Samuel para, através da FISIOVIDA, ir ao encontro da sua maior paixão: transformar a vida das pessoas! Tem um enorme gosto pelo desporto sendo a prática de exercício uma atividade regular durante a semana, quer individualmente quer com os seus 4 filhos. Gosta muito de ouvir música e tocar o seu violino juntamente com a sua orquestra familiar. Viajar, de preferência em família e para destinos que possibilitem apreciar a natureza, é algo que procura fazer com frequência.