Na FISIOVIDA preocupa-nos o número crescente de crianças e adolescentes que recorrem aos nossos serviços com o objetivo de tratar dores na coluna, nomeadamente dores na região lombar.
Uma das questões colocadas pelos pais em consulta, preocupados com a evolução da situação, é se o suposto excessivo peso da mochila pode estar na origem das dores de costas. A resposta é complexa e, por isso mesmo, tentaremos elucidá-lo da melhor maneira.
A dor lombar pode ter diversas origens, tais como:
Embora a carga e outros fatores biomecânicos sejam frequentemente alvos de culpa, a verdade é que não existem estudos que o comprovem verdadeiramente!
Em geral, recomenda-se que o peso da mochila não ultrapasse os 10% do peso corporal da criança, e que a mochila seja confortável e bem ajustável ao tamanho do tronco da criança, muito embora nos estudos realizados até ao momento não apresentem resultados conclusivos.
De facto, numa revisão de artigos sobre este assunto, publicado em 2018 num jornal reconhecido na área da saúde (British Journal of Sports Medicine) foi possível concluir que não existe uma relação direta, entre os vários aspetos da utilização das mochilas escolares (peso, tipo de mochila, forma de transporte, duração) com a dor lombar que cada vez mais afeta as crianças e adolescentes.
Contudo, as crianças que têm a perceção que as mochilas são demasiado pesadas parecem ser aquelas que apresentam mais queixas de dor lombar!
Estas conclusões fazem-nos refletir sobre a importância de uma AVALIAÇÃO PERSONALIZADA, de cada caso, primeiramente para excluir possíveis lesões/patologias lombares ou de outras regiões adjacentes que prejudiquem essa região, e depois para avaliar que outros fatores, que verdadeiramente possam estar na origem da sintomatologia apresentada.
Comummente, as disfunções nos padrões de movimento normais, nomeadamente em termos de mobilidade, controlo motor e força, são aspetos deficitários, e cada vez mais comuns numa faixa etária cada vez mais sedentária. A importância da avaliação é a de seleccionar e adequar uma INTERVENÇÃO dirigida à real causa do problema de forma a que a sintomatologia não se repita.
A intervenção educacional é um aspeto importante, para a criança/adolescente mas também para quem o acompanha diariamente.
Assim, neste caso concreto, recomendamos que as crianças transportem uma mochila adequada ao seu tamanho, devidamente ajustada, e com um peso como ponto de referência os 10% do peso corporal, mas que sobretudo a faça sentir confortável durante o transporte da mesma. Salientamos, que o exercício é sem dúvida o melhor “remédio” para a maior parte deste tipo de casos, para melhorarem possíveis sintomas, mas ajudando também em diversos aspetos: desenvolverem diversas competências motoras (mobilidade, controlo motor e força), qualidade do sono, mais energia, melhor capacidade de raciocínio e concentração, melhor auto-estima.
Conte com a equipa FISIOVIDA para o ajudar e para ajudar o seu(sua) filho(a)!
Bibliografia:
Autor do artigo:
Fisioterapeuta e Osteopata. Especialista em Reeducação Postural Global. Diretor Clínico da FISIOVIDA.
O fascínio pela fisioterapia e pelo empreendedorismo fazem com que a soma de ambas seja a fórmula perfeita encontrada pelo Samuel para, através da FISIOVIDA, ir ao encontro da sua maior paixão: transformar a vida das pessoas! Tem um enorme gosto pelo desporto sendo a prática de exercício uma atividade regular durante a semana, quer individualmente quer com os seus 4 filhos. Gosta muito de ouvir música e tocar o seu violino juntamente com a sua orquestra familiar. Viajar, de preferência em família e para destinos que possibilitem apreciar a natureza, é algo que procura fazer com frequência.