No desencadear de uma doença auto-imune existem fatores que parecem assumir um papel importante:

  • Predisposição genética;
  • Desequilíbrio do sistema imunitário (que por si só é o que define este espetro de patologias);
  • Alterações ao nível da permeabilidade intestinal (o que na prática significa que o intestino “perdeu” de alguma forma a sua capacidade de defesa contra agentes externos);
  • Exposição a triggers ambientais (agentes capazes de desencadear uma resposta por parte do sistema imunitário, como por exemplo vírus).

    Sabemos que a predisposição genética é importante mas não é suficiente para o desenvolvimento de uma doença auto-imune, pois nem todos os pacientes com uma base genética que predisponha para este tipo de patologias manifestam a doença. O que nos remete, de alguma forma, para uma importante componente ambiental que deve ser considerada.
    Para além de ser responsável pela absorção de nutrientes, a mucosa intestinal é responsável pela defesa do organismo contra agentes externos que podem ser nocivos (como é o caso de vírus e bactérias).

    Em certas doenças auto-imunes, parece ocorrer um aumento da permeabilidade intestinal, passível de desencadear um processo inflamatório exacerbado que pode levar ao “ataque” das próprias células do organismo, em indivíduos geneticamente predispostos.

    Várias patologias podem ser causadas ou exacerbadas por um aumento da permeabilidade intestinal, incluindo algumas doenças auto-imunes.

    Em alguns casos, o aumento dos marcadores indicativos de uma permeabilidade intestinal aumentada parece preceder as manifestações clínicas da doença.

    Em alguns casos verificam-se níveis diminuídos destes marcadores, em pacientes em remissão.
    Sabemos hoje que alguns componentes da dieta têm capacidade de aumentar a permeabilidade intestinal, que os sintomas gastrointestinais são extremamente comuns neste espetro de patologias e que vários componentes da dieta são importantes na regulação do sistema imunitário, o que significa que a dieta pode ajudar a controlar pelo menos, em parte, a sintomatologia e o exemplo clássico disso é a doença celíaca.

    Por isso, se tem um diagnóstico de doença auto-imune ou alterações a nível intestinal (diarreia, obstipação, alternância entre diarreia e obstipação, digestões difíceis, inchaço e/ou dor abdominal, refluxo) poderá beneficiar da Consulta de Nutrição Funcional.

    Autora do artigo:

  • Dra. Paula Ramos – Especialista em Nutrição Funcional na FISIOVIDA

    BIBLIOGRAFIA:

  • Fasano A. Leaky gut and autoimmune diseases. Clin Rev Allergy Immunol. 2012; 42(1):71-8;
  • Mu Q, Kirby J, Reilly CM, Luo XM. Leaky Gut as a Danger Signal for Autoimmune Diseases. Front Immunol. 2017; 8:598;
  • Fasano A. Zonulin and its regulation of intestinal barrier function: the biological door to inflammation, autoimmunity, and cancer. Physiol Rev. 2011; 91(1):151-75.
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